17 de fevereiro de 2012

Territórios ínfimos lotados de belezas


Escondidos no mapa da Europa, países mínimos guardam belezas de máxima grandeza para deleite do viajante!



Eles estão entre os menores do mundo. Mas apenas na extensão territorial. Muitos países mínimos concentram riqueza, economia saudável e atrações imperdíveis em poucos quilômetros quadrados. Nos últimos anos, a geografia política aumentou a lista na Europa, com Montenegro e Eslovênia, por exemplo. Há ainda exemplares nas ilhas caribenhas e no Pacífico. No mapa europeu, os mais conhecidos são Andorra, Chipre, Liechenstein, Luxemburgo, Malta, Mônaco, San Marino e Vaticano. Pelo menos três deles são menores do que Curitiba, que tem 432 km2.

Andorra - Free shop europeu


Encravado entre França e Espanha, na região dos Pirineus, Andorra é um paraíso turístico e fiscal. A cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas visitam o lugar, atraídos por cinco estações de esqui, situadas a mais de 2 mil metros de altitude e com média de 150 dias de neve de excelente qualidade. Com apenas 468 km2, é o sexto da Europa, maior que Malta, Liechtenstein, San Marino, Mônaco e Vaticano. Principat d’Andorra é o nome em catalão, idioma oficial, embora seus pouco mais de 72 mil habitantes também falem francês e espanhol. O nome da capital é Andorra La Vella. Sem aeroporto nem ferrovia, tem o território cortado por excelente malha rodoviária. Valle del Segre, pela Espanha e El Pas de La Casa, pela França, são os principais acessos.

O visitante dos vales andorrianos pode contemplar uma grande quantidade de igrejas e ermidas – o país faz parte da área geográfica onde aconteceu o renascimento cultural do romântico.

Andorra tem o apelido de free shop da Europa. Alí são comercializados artigos de todo o mundo, isentos de impostos. Os selos locais são produtos bastante disputados, ainda que o serviço postal dentro do país seja gratuito.

Chipre - Berço de Afrodite


Uma das maiores do Mediterrâneo, conhecida como a Ilha de Afrodite – reza a lenda que lá nasceu a deusa do amor e da beleza – tem um território de 9.241 km2. Chipre está a 113 quilômetros ao sul da Turquia. Ao longo da história, o território foi alvo de disputas entre turcos e europeus. Foi ocupada pela República de Veneza até ser invadida por turcos otomanos em 1570; ficou sob administração dos ingleses desde 1878, e foi oficialmente convertida em colônia britânica em 1914.

Em 1930, revoltas pediam a união da ilha com a Grécia e, em 1960, gregos e cipriotas assinaram com o Reino Unido um tratado de independência. Em 1974, foi invadida pela Turquia, que lá instituiu a República Turca de Chipre do Norte, nunca reconhecida pela ONU – ainda hoje, 36,2% de seu território continua sob ocupação ilegal do exército turco. Nicósia, a maior cidade, dividida por um muro, é a capital de ambos os territórios.

Verões quentes e invernos amenos tormam o lugar um paraíso turístico, muito visitado pelos norte-europeus: holandeses, escandinavos e alemães. Tem belas praias, grande infraestrutura turística, com rede hoteleira e excelente culinária. A cultura grega está em toda parte, nas brancas igrejas ortodoxas encrustadas nas pedras e nos sítios arqueológicos. As noites também são agitadas, com música em pubs e bares. O principal acesso via aérea, com voos a partir de Atenas, é por Larnaca, no sul da ilha. Na mesma região, ainda há o aerporto de Pafos. Na parte norte, de domínio turco, o aerporto fica em Ercan. Também é possível chegar de barco, com saídas diárias da Grécia, Israel e Egito.

Liechtenstein - Reino encantado


Miniatura de nação – com 160 km2, 25 km de comprimento por 6 km de largura – o principado de Liechtenstein, a última monarquia de língua alemã, tem como chefe de sua casa real o príncipe Hans Adam II, reverenciado por 34 mil súditos. Como num conto de fadas, o país inteiro pode ser visto da cidade de Malbun, no alto de uma montanha, à qual se chega por um teleférico. Visível de todos os ângulos, especialmente da capital Vaduz, ergue-se o castelo dos Príncipes de Liechtenstein.

Situado entre Suiça e Áustria, entre os Alpes e o vale do Rio Reno, sua história começa em 1342. Ainda que pequeno, o país divide-se em duas partes: Oberland (país alto), onde fica a menor capital da Europa, e Unterland (país baixo), onde pequenas localidades oferecem museus, bancos, lojas, hotéis, restaurantes, lugares históricos, vinhedos e campos esportivos.

Sem aeroporto, a melhor maneira de chegar a Vaduz é de trem, a partir de Zurique. A paisagem dos Alpes já é um aperitivo da beleza encontrada no principado.

Na segunda cidade mais importante, Schaan, vale a pena visitar os museus Nacional, o de Selos e a Staatliche Kunstamlung, com rico acervo de tapeçarias do século 17.

A principal festa local ocorre em meados do outono. A Alp Abfarth (saída dos Alpes), inspirada na retirada do gado das montanhas e sua condução aos vales menos gelados. Em procissão, pessoas e animais desfilam enfeitados com flores. Na adega da casa real, Hofkellerei des Regierenden Fürsten von Liechtenstein, o visitante pode provar, entre outros, vinhos do país, como Vadezer ou Torkel.

Luxemburgo - Pequeno milionário


No time dos pequenos, Luxemburgo é ainda um ilustre desconhecido para muitos. Com clima instável, não tem praias nem altas montanhas nevadas. Ainda assim, o Grã-Ducado é um dos países mais bonitos da Europa. Desde 1948, compõe a união aduaneira chamada Benelux – Bélgica, Nederland (Países Baixos) e Luxemburgo.

Vizinho da Bélgica, França e Alemanha, Luxemburgo é um gigante da siderurgia e desempenha importante papel como centro financeiro internacional. Apesar do tamanho, é um dos países mais ricos do planeta. Sua história começa no ano 963, com a construção de um castelo. Em 1309, foi sede do Sacro Império Germânico; em 1941, os luxemburgueses – hoje, mais de meio milhão de súditos do Grã-Duque Henri – negaram, em plebiscito, a intenção de anexar o país, então ocupado pelo alemães, ao Reich de Hitler.

O visitante dispõe de 5.220 km de rodovias, cerca de 300 km de ferrovias, uma companhia aérea e o aeroporto Findel a 6 quilômetros da capital Luxemburgo. Exibe com orgulho sua Corniche – chamada de “mais bela sacada da Europa”, caminho nas antigas muralhas, que têm mais de mil anos. Alí, o turista pode provar um dos chocolates mais gostosos do continente. As caminhadas pelas ruas medievais levam a lugares como a igreja e o convento da Trindade, de 1248; à catedral e seus vitrais e torres do século 17. O suvenir típico certamente será de porcelana Villeroy.

Malta - Porção de encanto


O pequeno arquipélago situado no Mediterrâneo, a 93 km ao sul da italiana Sicilia, é formado por cinco ilhas: as habitadas Malta, Comino e Gozo, e os penhascos Cominoto e Filfla. A superfície do país é de 316 km2, onde vivem 410.290 habitantes.

Sua história antecede à chegada dos fenícios, seguidos por cartagineses, gregos, romanos, árabes, normandos, alemães, espanhóis, franceses e ingleses, que lá ficaram 179 anos. Em 1530, a Ordem Hospitalar de São João de Jerusalém, pertencente à igreja católica e conhecida como Ordem dos Cavaleiros de Malta, estabeleceu sede no lugar e governou a ilha até o século 19.

No começo da década de 1980, Malta foi descoberta por turistas de toda a Europa, principalmente da região norte, que se encantaram com o clima e as belas praias de águas transparentes.

A capital Valleta fica em um mais belos portos do mundo. A costa da ilha principal é extremamente recortada. A maioria das ruas da cidade cercada por muralhas é muito estreita e algumas tão íngremes que são escadarias. Nos velhos casarões, repetem-se as janelas de balcão e em cada rua há pelo menos três ou quatro igrejas. Na Co-Catedral de Saint John, o piso parece formado por 400 tapetes, feitos em mosaicos de mármore, e exibe o quadro Decapitação de São João, pintado por Caravaggio.

Pode-se chegar a Malta de avião ou por mar: são incontáveis os navios e “ferries” que ligam a ilha a cidades da “bota” italiana.

Mônaco - monarcas quase plebeu


Em janeiro de 1297, o nobre genovês Francesco Grimaldi, que vivia exilado, entrou clandestinamente em Mônaco. Era o começo dos sete séculos da dinastia Grimaldi. Em 1731, com morte de Antoine I, a linha masculina da família desapareceu. Sua filha Louise, casada com o conde francês Jacques Goyon-Matignon, é que manteve o sobrenome. Em ocasião bem mais recente, o príncipe Louis II, bisavô de Rainier, não tendo filhos legítimos, reconheceu Charlotte, filha de uma lavadeira, como sua herdeira. Em 1920, Charlotte casou-se com o conde francês Pierre de Polignac, que também trocou seu nome para Grimaldi. Rainier III nasceu em 1923 e ao casar, em 1956, com a atriz Grace Kelly, filha de um irlandês que imigrou para os Estados Unidos, levou mais sangue plebeu à família.

Embora minúsculo – com apenas 1,95 km2 – o principado ainda é dividido em cinco áreas. Em todas, não faltam atrações para o turista: 60 metros abaixo da superfície, o Jardim Exótico tem grutas com estalagmites e estalactites muito bem iluminadas. Desde 1878, o famoso cassino de Monte Carlo seduz visitantes elegantes em seus jardins e terraços. Há outras quatro casas de jogos menos notáveis. Também são atrações o Museu Oceanográfico, o Aquário e a Capela da Misericórdia, de 1639. Todos os dias há troca da guarda em frente ao Palácio, às 11h55. Na e Catedral de Saint Nicolas descansam príncipes e princesas, entre eles Grace e Rainier.

San Marino - Acesso difícil


Quinto menor país do mundo e o terceiro da Europa, San Marino, com 61 km2, tem o território dez vezes menor do que a cidade de Nova York. Fica no alto de uma montanha, cercado por antigas muralhas.

A República de San Marino está encravada no território da Itália, a 100 quilômetros de Florença. Fica nos Montes Apeninos, sobre o Monte Titanus e ao redor de seus três picos.

Existente desde o ano 301, tem 31.500 habitantes. É uma das mais antigas repúblicas do planeta. Teria sido fundada por Marino, italiano da Dalmácia, um eremita fugitivo das perseguições religiosas da época, que foi canonizado mais tarde.

Entre seus atrativos estão três velhas fortalezas (Guaita, Cesta e Montale) que figuram na bandeira e no escudo do país, e de onde é possível ver o Mar Adriático e a cidade de Rimini. Uma rodovia, usada por uma linha internacional de ônibus, leva os passageiros até quase ao topo da montanha. Mas para chegar lá, ainda é preciso usar um teleférico. Há ainda o Museu Filatélico Numismático di Borgo Maggiore. A Galeria Garibaldina, considerada uma das mais ricas do mundo, exibe o retrato de Giuseppe Garibaldi, o “herói de dois mundos” e um traje de sua mulher, a catarinense Anita.

Vaticano - O menor do mundo


Anterior ao Cristianismo, o nome Vaticano denominava uma das sete colinas sobre as quais foi edificada Roma. Cidade-estado soberana, enclave murado dentro da capital da Itália, o Stato della Città del Vaticano (seu nome oficial) existe desde 1929. Criada pelo Tratado de Latrão, é residência oficial dos papas desde 1377, quando retornaram de Avignon (Provence, França), sede do papado desde 1309.

A Cidade do Vaticano é um estado ecliesiástico, ou sacerdotal-monárquico, governado pelo bispo de Roma, o Papa. Distinto da Santa Sé, existente desde os tempos do Cristianismo primitivo, sendo a principal sé episcopal de 1, 142 bilhão de católicos romanos (latinos e orientais) de todo o mundo.

Uma área de 0,44 km2 – 1,05 quilômetro de comprimento e 0,85 quilômetro de largura – e pouco mais de 800 habitantes, faz do Vaticano o menor Estado do mundo.

A fronteira de 4,07 km com a Itália é a menor do planeta. O país não tem estradas, mas possui correios, farmácia, a Rádio Vaticano, um centro televisivo, o jornal l’Osservatore Romano, quartéis, palácios e gabinetes governamentais, instituições de ensino superior, cultural e de arte, além de algumas embaixadas. No setor de transporte, tem um heliporto e, conectada à rede italiana, uma ferrovia de 852 metros (dos quais 300 estão dentro do território do Vaticano).

A Basílica e a Praça de São Pedro, a Capela Sistina o Museu do Vaticano, o palácio onde reside o Papa (5 mil quartos, 200 salas de espera, 22 pátios, 300 banheiros) são fantásticas obras de arquitetura, que todo turista quer visitar.

Fonte: Gazeta do Povo

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